quinta-feira, 19 de novembro de 2009

20/11 - Dia da consciência negra, não do blá blá blá para o negro.

O jornal O Povo de hoje foi publicado com a seguinte chamada de matéria:



Ao ler isto me senti, como negro, ainda no período de escravidão. Não me lembro de um outro momento da história senão este em que o homem negro deveria ter o estereotipo de másculo, figura temida e amedrontadora. Uns homens fortes, altos, com cara de mau e, sobretudo negro impõe medo ou respeito? Na verdade este é o problema porque homens morreram e outros lutam ainda hoje intensamente para que o negro não seja temido mas respeitado e pra fazer entender que o fato de a raça predominante na criminalidade é negro mas por uma questão extremamente cultural (veja o post ‘A guerra continua’).

É lamentável perceber que um jornal do Rio de Janeiro tem esta proposta e a manifesta justamente se referindo ao negro como a “Cor do pecado”. O negro reprodutor escravo esta dando lugar ao negro universitário e profissional gabaritado e referência. Este post ficaria imenso se eu relatasse os negros que fizeram e fazem história por seu trabalho, seja nas artes, esporte ou política. Na tv não existem tantos mas vivemos um momento histórico e inegável. A referida cor do pecado é na verdade a cor da luta contra a imposição, uma manifestação atemporal de igualdade e fraternidade. A cor da raça que quer ser vista sim, seria o início da quitação de uma dívida mas ser vista como referência de persistência e não como algum símbolo de “super negro sensual”. A função do negro é muito maior que isto porque sua essência nesta terra em que foi deixado é de falar, escrever e pensar e manifestações igualitárias. A situação mais triste é que a matéria de péssimo cunho é vinculada na véspera do dia da consciência negra, uma data para relembrar as causas quilombolas e projetar estratégias para ações futuras. Um oportunismo que reflete o quadro racial em que vivemos no Brasil.



Ainda no mesmo jornal é divulgado o trem do funk, uma viagem de trem com o som da Furacão 2000. A grande verdade é que todos entenderam o quanto comercial pode ser este dia e querem “tirar uma casquinha”. Não me lembro de ter visto nenhuma ação da Furacão 2000 ligada diretamente aos pensamentos de Zumbi dos Palmares. Em 2010 teremos eleições estaduais e o voto negro é um número considerável. O Funk é um patrimônio cultural e deve ser respeitado como tal mas não dá pra aceitar investidas como esta usando um feriado tão significativo. FALA SÉRIO RÔMULO COSTA.

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